Sou apenas canto. Falar não falo. Chego de lá, venho de ré. Minha prosa é meu cantar: há que prestar atenção. Para me encontrar, dê ouvidos ao coração. Ceda ao toque de sonhar. Atravesso as frases tropeçando nas vogais – solfejo cheio de ais. Me mostro, só assim, bela e clara. Semi-nua. Me revelo e me escondo. Me declaro e me camuflo. Me abandono para viver em samba, em dó maior. Se é dor, é dó. Se é amor, é sol. Sou Yara da terra, do solo, do asfalto. Mas não canto para encantar. Não sou sonora para atrair. Sou canto para morar no ar. Te ofereço as mãos sem digitais, te beijo um sopro de amor. Flutuo e te convido a voar. Não chego a ser. Apenas soo. Apenas soul. De canto em canto, sou pétalas em notas graves, miolo em notas agudas. Sou filha flor da vitrola de corda. Minha mãe é senhora sábia. Requintada, só se dá com os bons, aqueles acariciados por mãos de veias saudosas e de almas lavadas. Ela é de ferro e é amadeirada. Eu, só, não sou tocada. Só, não sou tocável, não sou nada. Por isso, para sempre ao seu lado. Por isso, somos casados. Você me dá o tom e eu te abraço com a voz.
canta o seu encanto pra nos encantar. qualquer coisa assim, sobre vc...
ResponderExcluir...me senti tão em paz, Liloca. vc tem algo como um dom de ser um pouco de paz. até q pra uma anã, n é ta mal n, ein? hehehe
saudade, pequenina!
bjs,
anderson