Querido anônimo,

Da série: 30 formas de amor em 30 dias

Faz tempo que você não me escreve. Para ser mais exata, já são quatro anos e três meses sem uma linha sequer de seus garranchos. Você se esforçava para ser caprichoso, eu sei. Havia alguns desenhos de flores espinhosas envolvendo as suas palavras confusas. Eu sinto falta das suas palavras, das poucas que eu consegui entender. Você escrevia sobre amor, eu acho, me chamava de Helena. Eu sou uma espécie de louca por te responder? Devo ser, pois nem me chamo Helena. E você pode ser qualquer pessoa. Gosto de pensar que você é o palhaço trapezista mais incrível que já passou pelo vilarejo. Mas você fugiu com o circo e ficou tão difícil a nossa correspondência! Quando for possível, me responda. Meu endereço é o mesmo. 

Sempre sua, 
Helena

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